Há algum tempo eu tenho me questionado: O que de fato é servir ao Senhor? O que de fato é fazer a vontade de Deus? O que eu devo fazer de extraordinário para que a vontade de Deus se realize em minha vida? Ou será que agrado a Deus nas coisas simples do dia-a-dia? Será que a minha postura como servo, como missionário, tem agradado a Deus?
Em meio a estes questionamentos, dia 24 de janeiro fui para mais uma reunião de uma série que recentemente tenho participado. Desta vez para definir a moção para o GOU de Férias no GPP do dia 26 de janeiro. Oramos, partilhamos, definimos a moção e mais uma reunião havia terminado. Saímos para ir embora juntos, eu e a Cláudia (minha namorada). Tinha tudo para ser mais um dia comum: depois da reunião conversaríamos um pouco, partilharíamos sobre nosso dia, namoraríamos um pouco (como bons namorados) e depois iríamos embora.
Mas desta vez o Senhor preparava algo diferente para vivenciarmos.
Tudo começou com uma simples sugestão por parte dela, para irmos comer batata. Quando estávamos chegando no local, fomos deparados por uma senhora sentada num ponto de ônibus que ao nos ver pediu ajuda. Nos perguntou de que Igreja estávamos vindo, pois disse ela: eu vi a boca de Deus em suas mãos (eu segurava a Bíblia). Contei que estávamos vindo de uma reunião da RCC e então ela perguntou se alguém desta Igreja poderia ajudá-la.

Foi um momento que eu comecei a duelar comigo mesmo, pois seria tão simples e confortável por minha parte seguir meu caminho como se nada estivesse acontecido, afinal era apenas mais uma moradora de rua dentre tantos que existem pedindo ajuda. Massssssssss, ela estava ali, pedindo minha ajuda, e euuuu, sou filho de Deus, eu tinha que ajudá-la e o Senhor nos ensina: “Amarás o Senhor teu Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Massssss, parece que naquele momento, na minha individualidade, eu não queria entender este mandamento assim, afinal seria mais cômodo eu seguir meu próprio mandamento.
No entanto, eu comecei a pensar: Quem da RCC poderá ajudá-la? Mas, eu faço parte da Renovação Carismática. Quem de outro movimento da Igreja Católica poderia ajudá-la (talvez a pastoral de rua, ou, a sociedade de São Vicente de Paulo)? Mas, eu sou da Igreja Católica, eu sou representante de um movimento de Igreja. Meu Deus, por que o Senhor não age com misericórdia na vida desta “infeliz” que está aqui e que talvez esta noite terá que dormir na rua? E Ele falava mais uma vez em meu coração: Eu sou Espírito, e preciso que as pessoas ajam por mim: Ajude esta minha filha, por favor.
E o duelo dentro de mim aumentava cada vez mais: Vai embora de uma vez, você está perdendo muito tempo aqui, você nem conhece esta mulher e se ela estiver mentindo para você, talvez ela nem precise tanto assim de ajuda. Masssssssss, e se esta mulher for espancada esta noite, nossa, ela ainda acabou de dizer que está grávida, agora são duas vidas, tenho que ajudá-la, masssssss, como?
Acabou que naquela n oite, levei aquela filha de Deus para minha casa. Pegamos o coletivo juntos e fomos conversando pela rua até onde moro. Percebi que ela é pessoa, mais do que isto, filha de Deus assim como eu, e naquele momento me fazia companhia. Eu e as outras pessoas que moram em minha casa arrumamos uma cama confortável, demos comida, agasalhos e café da manhã para ela. No outro dia de manhã, ela partiu. Não sei como está a vida dela agora, mas naquele dia ela teve uma noite segura.
Percebi naquela noite, que quem estava sendo ajudado era eu, e não ela. Percebi que o Pai utilizou daquela simples pessoa para me mostrar que servir ao Senhor, fazer a Sua vontade e agradar a Deus é deixar-se lavar pelo Espírito Santo que habita dentro de cada um de nós a cada momento. É ser fiel às situações que o Senhor nos proporciona em viver a cada dia. É ter a sensibilidade em sentir qual é a vontade Dele diante de cada realidade que estamos passando. E realmente, é Amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos.
Irmãos e irmãs, nos abra

Amém!
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